Glossário

Balão, Pipa e Cia

Nomes e gírias que popularmente se usam nas reuniões de pipeiros:

  • Adorno - Em alguns estados brasileiros, este é o nome que se usa para denominar a decoração das pipas.
  • Aparar - Quando uma pipa é laçada por outra, após ter sido cortada em um embate.
  • Aprumar - Colocar a pipa em vôo estável.
  • Arrastar - Conduzir a pipa rapidamente de um lado para o outro.
  • Árvore - Sistema de soltura de pipas em que, em uma linha mestra, são amarradas várias, diferente dos trens de pipas ou centopéias.
  • Asas - Em vários estados brasileiros, este é o nome das barbatanas que se colocam nas pipas. Em São Paulo, asas são os complementos laterais colocados nas pipas celulares.
  • - Mergulho de arraia baiana, movimento provocado pelo empinador.
  • Avoar - Diz-se que uma pipa “avoou” quando ela foi cortada e levada pelo vento.
  • Baculebú - Tipo de pipa muito usada no nordeste, e que para sua confecção se utiliza papel de caderno e varetas retiradas das folhas secas do coqueiro.
  • Bailado - Nome dado à dança que as pipas efetuam no ar (NE).
  • Bambolins - Em alguns estados, o mesmo que barbatanas em forma de asas.
  • Barandão - Artefato feito com pedra e linha utilizado para tentar aprisionar a pipa alheia (Bahia).
  • Barbatanas - Enfeites laterais que são colocados em algumas pipas, geralmente com papel fiapado, imitando barbas.
  • Barbela - Em alguns locais do país, este é o nome dado aos estirantes ou cabrestos; em outros, este é o nome das barbatanas.
  • Barriga - Peso da linha que empina a pipa (ex. linha grossa em pipa pequena).
  • Barrigada - Peso da linha em relação ao tamanho da pipa.
  • Batacar - Furtar a carretilha ou a lata com linha, sem que o outro perceba, geralmente durante o combate, quando o pipeiro está distraído.
  • Batizar - Quando se solta toda a linha que se possui na soltura de uma pipa.
  • Berimbau - Artefato feito com pedra e linha, utilizado para tentar aprisionar a pipa alheia.
  • Bicheira - Pipa mal feita e com aparência horrível.
  • Bidê - Nos estados do sul, é o nome que se dá às pipas celulares do tipo caixa.
  • Boca de chave - Quando a pipa, durante o combate, é cortada próximo à chave (cabresto).
  • Bolachinha - Tipo de pipa muito simples, trazida pelos negros para o Brasil e que ainda povoa os ares de alguns estados nordestinos, só que hoje feita de papel e palito de coqueiro.
  • Bomba redonda - Nome que se dá à pipa modelo octagonal (Rio Grande do Sul).
  • Bucles - Círculos que a pipa faz quando não está adaptada ao vento e lhe falta equilíbrio.
  • Buriti - Vareta retirada da Palmeira para fazer pipas (Norte).
  • Cabeça - O mesmo que estirante ou cabresto em algumas localidades.
  • Cabeçada - Círculos grandes que a pipa efetua quando não está estabilizada.
  • Cabelo e barba - Em um combate, corta-se a rabada da arraia antes de cortá-la (Bahia).
  • Cação - Tipo de pipa grande, feita no nordeste, com papel de saco de cimento; e no rabo, geralmente, se coloca uma gilete para cortar a linha das outras pipas.
  • Caçonete - O mesmo que cação em tamanho pequeno.
  • Café de bugre - Tipo de planta que nasce em alguns estados brasileiros e produz frutos pequenos, que quando amassados soltam uma resina utilizada como cola para se confeccionar pipas.
  • Cana da índia - Tipo de bambu usado para a confecção de pipas grandes, pois utiliza-se o bambu inteiro. Este tipo de bambu é muito utilizado nas indústrias de móveis.
  • Cambareu - Que tem medo de enfrentar outras pipas.
  • Camelo - O mesmo que baculebú (Bahia).
  • Capucheta - Tipo de pipa que não usa varetas, normalmente feita com papel-jornal ou de embrulho, e que foi trazida para o Brasil pelos imigrantes italianos. Ainda é muito popular em alguns bairros de São Paulo.
  • Caracol - Círculos pequenos e rápidos, realizados pela pipa quando ela não está estabilizada.
  • Carambola - Em alguns estados brasileiros este é o nome que se dá às pipas celulares tipo caixa.
  • Carambolo - Quando se confecciona, com defeito, a arraia baiana: a pipa vira ao contrário em pleno vôo.
  • Carrinho - Carretilha de linha ou lata com linha (NE).
  • Caxelebú - O mesmo que baculebú.
  • Ceról - Pasta feita com cola e vidro moído para se aplicar na linha com o objetivo de cortar a linha de outras pipas.
  • Combate - Disputa travada entre duas ou mais pipas com o objetivo de cortar a linha do adversário.
  • Cortar - Corte que a linha com ceról provoca na linha das outras pipas.
  • Cortante - O mesmo que ceról.
  • Currupio - Pipa sem sustentação e que no ar provoca círculos rápidos em torno de si.
  • Cruzar - Colocar a linha de uma pipa sobre a de outra.
  • Dançarina - Pipa bem feita e que no ar responde aos movimentos do empinador, provocando o bailado.
  • Dar buscadas - O mesmo que cabeçadas.
  • Dar meio dia - Quando se recolhe a pipa e ela faz círculos planos sobre ela mesma.
  • Debicar ou desbicar - Movimento que a pipa, provocada pelo empinador, faz da esquerda para a direita e vice-versa, na vertical e horizontal também.
  • Dengar - Pipa obediente, que ao mais leve toque está pronta para dançar de um lado para o outro.
  • Dentinho - Quando alguém dá um corte parcial na linha da pipa e, em determinado momento, a linha se rompe sozinha (Bahia).
  • Eolista - Aquele que além de amante da arte das pipas, se dedica ao estudo, às técnicas, à história e pesquisa sobre as pipas e todas as forças movidas pelos ventos.
  • Éolo - Deus dos ventos e das tempestades, filho de Júpiter e da ninfa Menalipa (mitologia grega), deus que inspira todos os eolistas.
  • Enflexar - Colocar as flexas (varetas) na pipa.
  • Flexa - Nome que se dá às varetas das pipas nos estados do nordeste.
  • Flexar - Movimento que a pipa, provocada pelo empinador, faz da direita para a esquerda e vice-versa, vertical e horizontal idem.
  • Fujin - Deus dos ventos e das tempestades na mitologia oriental.
  • Goma - Denominação para a cola em alguns estados.
  • Grude - Cola feita à base de farinha de trigo e água em algumas regiões brasileiras.
  • Gunho - Movimento rápido de puxar a linha durante o combate ou quando se empina uma pipa (Bahia).
  • Iansã - Deusa dos ventos e das tempestades na religião afro-brasileira.
  • Indaiá - Tipo de palmeira que fornece varetas longas e flexíveis, ótimas para a confecção de pipas.
  • Jogo - O mesmo que bailado (Bahia).
  • Jóquei - Empinador que participa de campeonatos de pipas mas não as confecciona, compra de outros ou pede emprestado.
  • Kerori - Tipo de pipa japonesa de formato semelhante a um trapézio.
  • Kevlar - Tipo de linha muito forte, muito utilizada para se empinar as pipas duplo comando. Este tipo de fio é muito utilizado para se confeccionar os coletes a prova de balas.
  • Laçar - Prática usada antes do aparecimento do ceról, na qual se entrelaçavam duas pipas e seus empinadores puxavam para tentar trazer a pipa de seu oponente nas mãos.
  • Lebreque - O mesmo que baculebú e caxelebú.
  • Lebú - O mesmo que baculebú, caxelebú e lebreque.
  • Lixão - Pipa malfeita, sem capricho e que não responde ao comando do empinador.
  • Marimba - Instrumento feito com pedra e linha com o objetivo de capturar a pipa alheia (Sudeste). É também o nome que se dá, no Rio Grande do Sul, à pipa conhecida como Lata de Óleo ou Arraia Baiana.
  • Meião - Quando uma pipa é cortada durante um combate e leva um certo pedaço de linha (Bahia).
  • Mergulho vazante - O mesmo que arrastar (Bahia).
  • Na mão - Quando uma pipa, durante um combate, é cortada e se perde boa parte da linha.
  • Paina - Tipo de vareta encontrada na flora paranaense.
  • Pandorgueiro - Amante da arte das pandorgas (pipas). Usa como passatempo, hobby, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
  • Papagaieiro - O mesmo que pipeiro e pandorgueiro.
  • Pegar - O mesmo que aparar (Bahia).
  • Peitoral - Estirante, cabresto etc. Nome que denomina esta parte da pipa no estado do Acre.
  • Penço - Pipa confeccionada fora de simetria cujo vôo pende para um lado.
  • Pepêta - Pipa, papagaio etc. (Acre).
  • Pião - Nome que se dá à pipa na gíria, principalmente no Rio de Janeiro.
  • Pipa da hora - Pipa bem feita, caprichada e que responde a todos os comandos do empinador.
  • Pipeiro - Amante da arte das pipas. Usa como passatempo, hobby.
  • Pique - Quando a pipa vem a pino, ficando em cima da cabeça do empinador: “foi a pique".
  • Quiabo duro - Pipa que não consegue dançar; não dá jogo (Bahia).
  • Rabada - Tipo de cauda ou rabióla usada no nordeste, que no lugar de tiras usa bolotas de algodão.
  • Ralar - Quando o ceról não corta totalmente a linha e a deixa puída.
  • Relo - O mesmo que ralar.
  • Rokkaku - Tipo de pipa oriental que deu origem ao nosso maranhão ou pipa.
  • Revoada - Reunião de várias pipas colocadas no ar em conjunto, sem caráter competitivo.
  • Sura - No estado do Piauí este é o nome que se dá à pipa, maranhão ou laçador.
  • Tabaréu - Quem tem medo de enfrentar outras pipas.
  • Taboca - Espécie de barba e que fornece ótimas varetas para pipas.
  • Tala - Nome que se dá às varetas no estado do Acre.
  • Talhar - Corte que a linha com ceról provoca na linha das outras pipas.
  • Temperar - Colocar ceról na linha da pipa (Bahia).
  • Tomou toque - O mesmo que avoar (Bahia).
  • Torada - Linha partida, quebrada, normalmente nos confrontos entre pipeiros, quando se efetua o corte da linha; “ela foi torada” (NE).
  • Ubá - Tipo de planta usada na fabricação de cestos e balaios que fornece ótimas varetas para pipas.
  • Vento para baixo - Vento muito forte que dificulta as manobras.
  • Vento para cima - Vento bom para se soltar pipas.
  • Wanwan - Tipo de pipa tradicional no Japão e que tem forma arredondada.
  • Zil - Em algumas cidades do sul do país este é o nome do cabresto ou estirantes das pipas.

Postagem Anterior Próxima Postagem

نموذج الاتصال